“Vivi 17 anos com Luís. Quando eu o conheci ele era apenas um moleque com porte de homem. Não trabalhava, nem tinha estudo, o que não iria lhe garantir um futuro promissor, de acordo com o senso comum. Mas não me importava, afinal eu também era apenas um mulher que tivera uma infância e adolescência difícil.
Pela primeira vez tive a oportunidade de morar com alguém que eu acreditava ser meu homem. Não que uma paixão arrasadora tivesse tomado conta de mim, mas sentia-me segura, naquela casa de fundos alugada, sem móveis junto de alguém. Uma sensação de segurança tomava conta de mim toda vez que eu chegava do trabalho e o encontrava.
Os anos passavam e ele não evoluía profissionalmente, enquanto eu como arcava com as despesas da casa. A gravidez surgiu e amadureci no exato momento que descobri que seria mãe, porém percebi que ele não teve a mesma atitude. Após o nascimento do meu filho, passei a ter uma postura mais submissa, mais calada e temerosa. Passei a tolerar coisas que antes não aceitaria. Hoje entendo que era proteção materna.
Depois de tanta coisa que passamos, no primeiro dia de 2013, a primeira conversa foi a última em que estivemos casados. Ele ligou-me terminando com tudo. Sim, por telefone.
Eu também achei que era isso que eu queria, mas dentro de pouco tempo entrei numa tristeza profunda. Como se não bastasse, ainda pude contar com as revelações de amigos e conhecidos que nada te contam até esse momento. Descobri que as puladas de cerca eram muito mais frequentes do que imaginava. Mas o pior ainda estava por vir. Constatei que mantinha uma relação com a ‘minha melhor amiga’.
Depois de tudo isso, uma angústia é minha companheira. tenho a cada dia superado, mas às vezes acredito que seja impossível. Dói a dor que não cura com remédio.”
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Momentos de Tristeza 